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amor interrompido

O movimento interrompido é o afastamento emocional de uma criança das repetitivas frustrações com a inacessibilidade emocional de seu pai ou da sua mãe. Isso pode ser resultado de uma perda real de um dos pais, pela separação de um dos dois pais ou por ausência emocional. Se os pais estão sistemicamente emaranhados e usam sua energia de vida em busca de equilíbrio do sistema de origem, eles não estarão disponíveis para a crianças em sua capacidade como pais. A interrupção pode acontecer totalmente sem intenção e contra a vontade dos pais. Por exemplo, se a criança tem de passar um período no hospital e isso resulta em uma interrupção do contato entre ela e seus pais porque eles não podem visitá-la ou, como era o caso no passado, eles não têm permissão para visitá-la, isso pode levar a um movimento de amor interrompido na criança. O mesmo é válido para situações em que a mãe adoece.

(…) o amor por eles se torna dor. Essa observação, de que a maior parte das dores emocionais normalmente é de amor interrompido, e que essa dor é, na verdade, outra faceta do amor, é fundamentalmente importante. Embora a dor seja, na verdade, uma forma de amor, ela é tão intensa que a criança se torna bastante relutante em senti-la
Bert Hellinger

Por outro lado, se um dos pais está ausente, aparentemente se pode prevenir um movimento de amor interrompido se o outro pai representa aquele ausente com respeito e honra e fala sobre ele ou ela para a criança de maneira amorosa. Com base no amor profundo, que Hellinger chama de amor original ou amor primário, a criança está disposta a fazer qualquer coisa por seus pais. Se os esforços ou afeições são rejeitados, não são honrados ou não recebem retorno como resultado da ausência emocional do pai e da mãe, “(…) o amor por eles se torna dor. Essa observação, de que a maior parte das dores emocionais normalmente é de amor interrompido, e que essa dor é, na verdade, outra faceta do amor, é fundamentalmente importante. Embora a dor seja, na verdade, uma forma de amor, ela é tão intensa que a criança se torna bastante relutante em senti-la” (Hellinger, 2001, p 436; tradução nossa). A criança não tenta mais se aproximar dos pais, nem está disposta a continuar tentando. No final, para se proteger da dor, a criança se nega completamente a tentar.

amor interrompido

 Na terapia, esse fluxo pode ser restituído e, como resultado, um vínculo com a geração anterior pode ser criado. Isso significa que o cliente estará livre de pensamentos negativos em relação aos seus pais, cujos vínculos são mais fortes quanto maiores as acusações, a raiva e a decepção.

Os clientes, então, querem ter o menos possível a ver com seus pais, com as pessoas que os feriram. Eles não tem nada de positivo para dizer sobre seus pais, quebram o contato ou não sentem nada, positivo ou negativo, o que pode ser interpretado como uma “repressão”. No entanto, essa não é uma solução estável, e sim uma estagnação, uma vez que, de acordo com Hellinger, o amor entre o pai ou a mãe e a criança não está mais fluindo. Na terapia, esse fluxo pode ser restituído e, como resultado, um vínculo com a geração anterior pode ser criado. Isso significa que o cliente estará livre de pensamentos negativos em relação aos seus pais, cujos vínculos são mais fortes quanto maiores as acusações, a raiva e a decepção.

Boszormenyi-Nagy fala do direito de dar e que a violação ou a prevenção desse direito tem consequências drásticas para a criança. Ele usa o termo “direito destrutivo” para se referir a estrutura básica que corresponde ao movimento de amor interrompido. O termo é usado para se referir a um direito adquirido de equilíbrio ou compensação que não se realiza e as consequências destrutivas para as outras pessoas e a criança que, entretanto se tornou o cliente.

Fonte:
Trecho extraído do livro “O rio nunca olha para trás” – de Dra. Ursula Franke-Bryson (Citação permitida conforme Lei de Direitos Autorais: Lei Federal 9.610/1998 Artigo 46, VIII, primeira parte)

Gratidão
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