De um lado encontra-se o Poder Judiciário e sua dificuldade – por inúmeras questões – de processar e julgar a quantidade de ações que lhe são apresentadas. Do outro, uma sociedade inteira que espera e necessita resolver seus conflitos de forma ágil e eficaz, e assim se depara com essa estrutura que não consegue atender às demandas da justiça dentro do ritmo necessário.
Essa situação é ainda mais visível nos conflitos de ordem familiar, que têm origem quase sempre numa história de amor e geralmente envolve filhos. A instrução processual é nociva para todos os envolvidos. Cada testemunha que depõe a favor de uma parte pode trazer à tona fatos comprometedores relativos à outra, alimentando ressentimento e dificultando a paz. Assim, mesmo depois de julgada a ação, esgotados os recursos e efetivada a sentença, o conflito permanece.
O Juiz de Direito Dr. Sami Storch, conheceu as Constelações Sistêmicas, terapia criada por Bert Hellinger, mesmo antes de ser magistrado, onde após sua intensa formação, se tornou precursor da utilização das constelações na justiça desde 2006, atraindo assim novos e profundos olhares ao método, inclusive do próprio Bert, que a descreve como “uma ciência dos relacionamentos humanos e de tudo que existe”.
Assim, Sami Storch criou o termo Direito Sistêmico, que surgiu dessa análise do direito sobre uma ótica baseada nas ordens superiores que regem essas relações humanas, conforme demonstram as constelações familiares desenvolvida por Hellinger.
O estudo das leis sistêmicas faz com que operador do direito tenha um olhar que vai além do que aparece no processo judicial, diz Sami Storch.
A terapia criada por Bert Hellinger é um método psicoterapêutico breve, orientado pelas soluções. Traz à tona, de forma rápida e precisa, as dinâmicas que ligam o cliente de uma forma disfuncional ao seu sistema de referência (o sistema familiar), que o limitam em suas possibilidades de ação e
desenvolvimento pessoal, impedindo-o de estruturar a sua vida de uma forma positiva.
Com a utilização das técnicas da constelação sistêmica familiar, observa-se bons resultados na facilitação das conciliações e na busca de soluções que tragam paz aos envolvidos nos conflitos submetidos à Justiça, em processos da Vara de Família e Sucessões e também no tratamento de questões relativas à infância e juventude e à área criminal, mesmo em casos considerados bastante difíceis.
Diversos problemas enfrentados por um indivíduo (bloqueios, traumas e dificuldades de relacionamento, por exemplo) podem derivar de fatos graves ocorridos no passado não só do próprio indivíduo, mas também de sua família, em gerações anteriores, e que deixaram uma marca no sistema familiar. Mortes trágicas ou prematuras, abandonos, doenças graves, segredos, crimes, imigrações, relacionamentos desfeitos de forma “mal resolvida” e abortos são alguns dos acontecimentos que podem gerar emaranhamentos no sistema familiar, causando dificuldades em seus membros, mesmo em gerações futuras.
As constelações familiares consistem em um trabalho no qual pessoas são convidadas a representar membros da família de uma outra pessoa (o cliente) e, ao serem posicionadas umas em relação às outras, sentem como se fossem as próprias pessoas representadas, expressando seus sentimentos de forma impressionante, ainda que não as conheçam. Vêm à tona as dinâmicas ocultas no sistema do cliente que lhe causam os transtornos, mesmo que relativas a fatos ocorridos em gerações passadas, inclusive fatos que ele desconhece. Pode-se propor frases e movimentos que desfaçam os emaranhamentos, restabelecendo-se a ordem, unindo os que no passado foram separados, proporcionando alívio a todos os membros da família e fazendo desaparecer a necessidade inconsciente do conflito, trazendo paz às relações.
Atualmente, unidades de Justiça de pelo menos 15 estados brasileiros (Goiás, Ceará, São Paulo, Rondônia, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Pará, Amapá, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas, Rio Grande do Norte) e o Distrito Federal já fazem uso das Constelações Familiares.
A intenção da utilização da técnica criada pelo psicólogo alemão Bert Hellinger no judiciário é buscar esclarecer para as partes o que há por trás do conflito que gerou o processo judicial. Os conflitos levados para uma sessão de constelação, em geral, versam sobre questões de origem familiar como violência doméstica, endividamento, guarda dos filhos, divórcios litigiosos, inventário, adoção e abandono. Um terapeuta especializado comanda a sessão de constelação.
Alguns projetos merecem destaque:
A medida está alinhada à Resolução CNJ n. 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (http://www.cnj.jus.br/atos-normativos?documento=156), destinada a estimular práticas que proporcionam tratamento adequado dos conflitos, assim como ao novo Código de Processo Civil, que estimula medidas que promovam o apaziguamento entre opostos.
Segundo o próprio CNJ, a “Constelação Familiar ajuda a humanizar práticas de conciliação no Judiciário”.
O Código de Processo Civil prevê que a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos, deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Em seu artigo 3º § 3º, dentro das normas processuais fundamentais, o código estimula o uso de meios de solução consensual de conflitos.
No artigo 694, o CPC estabelece que:
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a conciliação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar,
A Constelação Familiar tem o poder de revelar o que está oculto ou aquilo que não se quer ver ou perceber. Desta forma é possível a sensibilização das partes envolvidas em um conflito, da dimensão anímica da questão, o que possibilita, na maioria dos casos, a obtenção de uma decisão justa e verdadeira.
Para maiores informações sobre a Mediação de Conflitos, entre em contato através do Fone/WhatsApp 11 98471.7705.
Se preferir, envie um e-mail para contato@villadobem.com.br.
Gratidão
Villa do Bem