Villa do Bem

separação

Existe somente uma forma de União, mas, diferentemente, há inúmeras maneiras de se vivenciar a desunião.

A separação vem atingindo todos os setores da experiência humana. Embora pertençam à mesma espécie, reina a ideia entre os homens de que são indivíduos totalmente independentes uns dos outros, assim como bolhas de sabão ao vento, cujos limites bem precisos nos fazem acreditar serem entidades distintas.

Os sete bilhões de pessoas deste planeta têm características físicas singulares que reforçam tal ilusão de separação. Não há impressão digital, fisionomia, tonalidade de voz ou íris semelhantes entre eles. Seus governos os catalogam como mercadoria, fornecendo a cada um diferentes números que garantem suas identidades absolutas. Os chips que terão implantados um dia sob a pele irão consumar as tais diferenças.

Como resistir a uma ideia tão bem estruturada?

Quando se pergunta a alguém: “Quem é você?”, logo disparam uma lista infindável contendo nome, sobrenome, cidade de origem, nacionalidade, profissão, filiação, data de nascimento, estado civil, preferências, e se necessário, números e mais números…

Vocês agarram-se com unhas e dentes à ideia de que são alguém. Sem isso, seus egos sucumbem rapidamente e a morte parece chegar inconteste, porque todo o senso de auto-importância de um homem reside aí, no fantasma chamado EU.

Experimente um dia, ao lhe questionarem quem é, responder: “Eu Sou”.

Pronto, a confusão terá sido criada. Não dê qualquer pista ao outro sobre você. Insista bravamente às investidas e confirme: “Eu Sou”. Há uma grande chance de que venha a ser taxado como louco ou, no mínimo, excêntrico. Há, até mesmo, o perigo de ser riscado do mapa como se não existisse, realmente. Seu interlocutor lhe deixará falando sozinho se insistir em não se identificar, tamanha a obsessão na ideia do Eu.

Essa fome pela individualidade vai subindo na escala social e se repete no âmbito das famílias, cidades, países, times, grupos e organizações que se afinizam por determinadas características, o que fomenta ainda mais a sensação de identidade própria. Chegam ao cúmulo de criarem bandeiras e hinos com a finalidade de demarcar ainda mais o território. Se pudessem, urinavam nos demais…

Terrível a necessidade do ser humano de pertencer. Ser um pertence é literalmente viver sem liberdade, sem voz ativa, surfando na paranoia coletiva.

Mas, se formos além, nos deparamos com um paradoxo: o homem se considera indivíduo, mas no fundo quer se diluir num grupo qualquer, no melhor estilo bovino.

O mais interessante é que, nem mesmo dentro do grupo ao qual pertence, o homem vive em harmonia. Que dirá com os demais!

Insiste em se casar, para na lua-de-mel se dar conta que seria melhor ter a sua própria companhia, até que a morte o separasse dele mesmo. Tem filhos e despeja sua autoridade e experiência sobre eles, sufocando-os com sua proteção. Projeta neles suas frustradas aspirações.
Disputa com os colegas de trabalho; guerreia no trânsito com estranhos; oprime o semelhante nos pátios das escolas, enfim, em cada esquina surgem mais e mais opositores a serem vencidos.

Tudo isso por que o homem está divorciado dele mesmo, por separação litigiosa entre seus aspectos humano e divino, e conseqüentemente apartado dos seus irmãos, da natureza e de Deus.

Matar, ignorar o pedido de ajuda de alguém, maltratar um animal ou espoliar o meio ambiente são equivalentes de mesma origem – a ideia e o sentimento de separação.

Todos os problemas da humanidade estariam resolvidos se entendessem e aceitassem que só há uma Consciência que se ramificou para que da diversidade houvesse crescimento e evolução.

Não precisamos estar sempre com a razão, dar a última palavra em tudo e nos defender como se estivéssemos em eterno confronto: Eu contra o Resto. É preciso parar de lutar e se render à paz que habita em nosso centro.

Essa guerra se iniciou há muito tempo atrás, com os primeiros hominídeos, mas tem data certa para acabar neste planeta. O Todo tem outros planos para esse lindo lugar chamado Terra.

Portanto, guerreiros, seus dias estão contados. Façam suas malas se querem continuar lutando suas guerras intermináveis. O trem que os levará para novos campos de batalha está partindo, para bem longe daqui.

Boa viagem!

OSHO

Gratidão
Villa do Bem


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